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Amores corteses

  • Eduardo Simbalista - DP
  • Jun 12, 2016
  • 1 min read

Como os amantes medievais, servos prisioneiros do amor não correspondido, cativos de damas cruelmente inflexíveis, de joelhos imploramos ao deus do amor uma migalha de amor.

Ouçamos Montaigne: “não há paixão mais imperiosa do que essa a que o homem quer que a mulher resista”.

“Oh lord, nourish me not with Love, bur with the desire for Love”. Ibn Arabi

O amor de um só que o outro não sabe. Um amor platônico que alcança o divino sem abandonar o humano e torna-se espiritual ainda que carnal.

A pureza e a honra defendidas por Shakespeare, em “Alegres comadres de Windsor”, ou pelo magnânimo, valente e invencível Don Belianís de Grecia,valoroso cavalheiro que encantou o Dom Quixote de Cervantes: “o primeiro que, em nossa época e nestes calamitosos tempos, se pôs a trabalhar e exercitar nas andantes armas e a desfazer agravos, socorrer viúvas, amparar donzelas, das que andavam de chicotes e palafres, com toda a sua virgindade sobre os ombros, de monte em monte, de vale em Val; pois se não as forçava algum covarde, ou algum vilão de borda e capelo, ou algum descomunal gigante, donzelas houve, nos passados tempos, que, ao cabo dos oitenta anos, sem haverem dormido uma só noite debaixo de teto, se foram para a sepultura tão inteiras como as mães que as pariram”.

Não há virgens na abundância dos haréns dos sheikhs, mas os bundas que não se atrevam a incomodar as mulheres com chistes, piropos e cantadas vulgares.

Elas fingem não gostar, bradando “eu sou uma mulher, não uma bunda”.

Incomodada ficava a sua mãe.


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