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Perdas necessárias

  • Otacílio Barros - DP
  • Jun 14, 2016
  • 2 min read

Em meio a uma mudança, na arrumação dos meus estimados livros, companheiros de velhas batalhas contra a insônia, me deparei com um que já estava meio esquecido em minha memória: “Perdas necessárias”, da escritora norte-americana Judith Viorst, que me foi presenteado no Natal de 1999.

Usei deliberadamente o título desse livro para dar nome a esse artigo, na suposição de que nenhum de nós gosta de sofrer uma perda.

E é nesse ponto que entra magistralmente o ensinamento de Judith Viorst. Ela lembra que “quando pensamos em perda, pensamos na morte das pessoas que amamos. Mas a perda é muito mais abrangente em nossa vida. Pois se perde não só pela morte, mas também por abandonar e ser abandonado, por mudar e deixar coisas para trás, seguindo o próprio caminho.

E nossas perdas incluem, não apenas separações e partidas dos que amamos, mas também a perda consciente ou inconsciente de sonhos românticos, expectativas impossíveis, ilusões de liberdade e poder, ilusões de segurança – e a perda do nosso próprio eu jovem, o eu que se julgava para sempre imune às rugas, invulnerável e imortal”.

Na “orelha” do livro encontramos o seguinte texto: “Poucos temas serão tão universais quanto a perda. O ser humano, não importa qual a sua nacionalidade, credo ou raça, convive sempre, em qualquer latitude em que se localize, com a perda. A vida é, em essência, um processo de despojamento. Com extraordinária precisão um poeta nos lembra: cada minuto nunca é mais, sempre é menos. Sendo assim, prossegue, não devemos nos iludir evitando esse assunto. A única coisa correta e justa que podemos fazer é encarar o problema de frente, conhecê-lo, refletir sobre ele. Todos teremos a ganhar com isso. Ganharemos em maturidade e equilíbrio, adquirindo a capacidade de aproveitar ao máximo essa nossa vida que se constitui de perdas constantes”.

Essa obra “é uma contribuição valiosa no sentido de nos ensinar a equacionar, refletir e aprender muita coisa sobre o tema da perda e de como lidar com ela no âmbito de nossa existência, fundamentada num vivo interesse pelo homem diante das perplexidades com que vai se deparar em seu caminho”.

É isso aí, meu, caros leitores. Foi necessária uma mudança de casa, ou melhor, de apartamento, para que eu retirasse do fundo do baú algo que eu havia lido há dezessete anos com outra percepção bem diferente da de hoje. Nós não gostamos de mudanças, pelo menos boa parte dos seres humanos não convivem bem com mudanças. Mas, como as perdas, elas são NECESSÁRIAS e nos ajudam a seguir em frente.

“As pessoas que não ambicionam nada e não arriscam nada não servem para nada”.

Benjamin Franklin


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