Pixuleco na Cuíca
- Sérgio Bandeira de Mello, Gico
- Jul 6, 2016
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Em que pese a concorrência desleal da contravenção zoológica tradicional, o pixuleco agora será cantado pelo vaivém da cuíca, não só da cueca. Levantando as avenidas, o samba-enredo já chegou para tomar o lugar do modelo samba-canção.
Acostumado às folgadas cuecas de assessores, XL para os mais esquálidos, porém demasiadamente explorado na sustentação de programas inconfessáveis, o pixuleco, naturalmente sujo pelo excesso de circulação, sempre busca novos caminhos e abrigos.
Graças à criatividade dos sempre perseguidos tesoureiros do PT e, verdade seja dita, havia uma séria cobrança em relação àquele que sucedeu o inesquecível Delúbio e antecedeu o mártir Vaccari, mais uma forma de relação promíscua despontou na operação Abismo, para onde segue a Lava-jato.
Fruto desse ambiente contagiante, e fora do eixo-Rio São Paulo, para onde a Lei Rouanet houve por bem se deslocar de mala, cuia e cuíca, surgiu a figura de um impagável sambista.
Quer dizer, impagável em termos, pois o pagamento podia ser efetuado por meio das mais diversas formas: da tradicional lavagem via TRE/TSE ou mesmo, a gosto do freguês, através de depósitos sistemáticos em favor de sua favorita no samba, ninguém menos que a rainha de bateria do GRES Estado Maior da Restinga, Sua Alteza que dizia tudo no salto alto.
E eu que pensava que as preocupações financeiras do Estado Maior da região militar localizada no estado gaúcho resumiam-se às baterias antiaéreas contra aviões de los hermanos. Que nada! Outro avião era visado não só pelos integrantes da bateria, mas, sobretudo, pelo benfeitor da escola, que viu no pixuleco de fundo petroleiro uma oportunidade para endurecer a política de responsabilidade social do partido, frouxa desde o Mensalão.
Ruim da cabeça ou doente do pé no que tange à estratégia partidária, confesso que passou despercebido deste carioca da gema que vos escreve que o PT promoveu uma espécie de bolsa à família do samba em regiões desassistidas pelo ritmo.
Assim sendo, durante o governo Lula, de grande apoio popular, o benfeitor do carnaval tomou o rumo da Avenida Porto Seco para alegrar Porto Alegre.
Engalanada pelo o aval do saudoso MinC, ampliou o eixo dos sambódromos Sapucaí-Anhembi, herança de Brizola.
Com o crédito consignado a esse benemérito da Estado Maior da Restinga, a Lava-jato abre alas e pede passagem para os festejos de Momo. E de Moro.




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