O grande irmão está vindo
- Jason Prado, DP
- Jul 22, 2016
- 2 min read

Quero estar enganado, mas o que me dizem as notícias a cada dia, a cada hora, a cada click na internet, é que o mundo se prepara para implantar uma nova ordem totalitarista, supranacional, como única resposta possível e desejada à escalada de violência e desatinos que se abateu sobre a humanidade.
Não se passa um único dia sem atentados, bombardeios, atropelamentos, ameaças… Seja no antigo, no velho ou no novo mundo. As pessoas expressam seus desacordos e descontentamentos fuzilando crianças, policiais e civis em qualquer lugar, a qualquer momento, pavimentando os caminhos “lógicos” para uma resposta à direita, em que o Estado possa controlar absolutamente, com poder idem, todos os passos da população.
Embora o bom senso tenha prevalecido até aqui, argumentos não faltaram ao Brexit, como não parece faltar tijolo e massa para o muro do Trump e arame para as cercas que isolam a Ásia da Europa.
E aí estão, em curtíssimo espaço de tempo, as notícias de Orlando, Nice e Munique. Cidades festeiras por excelência, símbolos de uma sociedade rica e plural - assim como o Rio pretende ser com a Rio 2016 - feridas de morte por atos estranhos e isolados. Todos concretos, ressalte-se, mas banalizados. Praticados por “amadores”, como classificou o governo brasileiro, a conspirata tupiniquim.
Mas nem por isso, menos letais.
Concretas, também, são as expectativas da população de que os governos façam algo para tranquilizar as cidades e os países, devolver um mínimo de segurança contra esses arroubos de violência.
Esse é o tipo de coisa que veste a farda em paisanos; incensa fascistas; organiza integralistas insepultos e acorda os quartéis, não só na Turquia.
The Big Brother is coming, e não é mais uma fase daquele insuportável programa de TV.
Câmeras nas ruas não faltam. Um único shopping no Rio de Janeiro tem perto de mil instaladas. Londres tem mais de um milhão e duzentas mil nas ruas.
Quem se beneficia com esses atentados, senão os que querem demonizar o Islã? Não consigo entender outros benefícios dessa possível consequência, seja para jihadistas, seja para franco atiradores ou para a população.
Muitos poucos, apenas, e nem serão os mais ricos, vão tirar proveito. E a um custo impagável para a humanidade.
Sai prá lá, Anauê!
Vade retro, Sieg Heil!




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