Overdose
- Sérgio Bandeira de Mello, Gico
- Aug 14, 2016
- 2 min read

Bem, amigos. Às vezes penso que Galvão tem alguma prova contundente, talvez irrefutável, contra a família Marinho. Um sítio com sede triplex em Atibaia em sociedade com o Bispo da Record. Poderia isso, Arnaldo?
Munido de tal evidência de atentado ao estado laico por propaganda enganosa e formação de cartel, ele conseguiria o que Brizola tentou abaixando a Rede Globo, ao dizer que o povo não era bobo. E já se vão trinta anos de bobeira coletiva no Ibope.
Esperto como ele só, a voz que limitou a voz marcante de Léo Batista ao banco de reserva de gols tornou-se multidisciplinar. Ao diversificar o portfólio no gogó, veio, viu e venceu, varrendo a concorrência interna por meio da adoção da narrativa do narrador todo poderoso que tudo sabe e tudo vê, mesmo antes do replay.
Contra sabotagens ao seu trabalho politentacular, deve existir um tira-teima registrado em cartório, para ser acionado em caso de acidente suspeito; um pneu de Fórmula 1 mal preso que voa até a cabine do locutor contumaz, por exemplo.
Acredito firmemente no notório grau de profissionalismo de determinadas áreas da emissora. A subjetividade presente no julgamento de cada telespectador daria lugar aos parâmetros incontestáveis extraídos de pesquisas qualitativas e quantitativas, cujos resultados guiam a campeã de audiência. Ele é parte do time, e faz tempo. Seria exigência contratual dos anunciantes a voz onipotente e tonitruante tornada onipresente? Ou a exigência tem nome e sobrenome, no caso, Bueno?
Mesmo morando no exterior por boa parte do ano, ele toma conta da cadeira com todo zelo. Para tanto, nomeou um fiel e risonho oposto, isso certamente para jamais deixar de ser lembrado pela via do antagonismo diante ou por trás das câmeras no pré-jogo, show do intervalo ou no decorrer do evento esportivo.
Tal diferença é caracterizada pelo simpático endeusamento ou atropelamento sistemático dos comentaristas temáticos, sempre coadjuvantes das transmissões esportivas no caso do titular absoluto da equipe de decatlo moderno de microfone.
Nos grandes eventos esportivos, como o que ocorre agora, Galvão costuma conduzir o barco. E o timoneiro chega a tomar o lugar da âncora, ou melhor, do âncora.
Do futebol à natação, ele brinca nas onze e nada de braçada. Não tenho dúvidas de que ele já é o grande nome das Olimpíadas. Maior que Bolt ou Phelps que, por sinal, ganhou e perdeu diversas vezes a medalha de ouro na voz dele que, pelo menos, mereceria uma batida de mão do nadador. Mão fechada, no caso de a família Phelps entender um mínimo de português e ter predisposição genética a sofrer de problemas cardíacos.
Quero crer que o esporro público do concorrente da BBC que cobrou silêncio do nosso competidor maior no início de certa final da natação tem tudo para ganhar status de incidente diplomático nas redes sociais. E que ele vai ganhar com a notoriedade que rouba dos atletas.
Vai ganhar. Vai perder. Vai perder. Vai ganhar. Perdeu! Ganhou!




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