Aula de Direito
- Otacílio Barros, DP
- Nov 23, 2016
- 2 min read

Diante de tantas injustiças que presenciamos em nosso cotidiano, reproduzo hoje um email que recebi esta semana, infelizmente sem autoria. Diz assim: “Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Como te chamas?
- Chamo-me Juan, senhor.
- Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais!- gritou o desagradável professor. Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos assustados e indignados, porém ninguém falou nada.
- Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?...
Seguíamos assustados porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
- Não!!
- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?
Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguíamos respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - perguntava o professor.
- Para diferençar o certo do errado... Para premiar a quem faz o bem...
- Ok, não está mal porém... respondam a esta pergunta: agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?... Todos ficamos calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não!! - respondemos todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!!!
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las?
- Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! - Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente. Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito. Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia”.
Meus caros leitores, prestaram bem atenção nessa última frase “Dignidade não se negocia?” É disso que estamos necessitando em nossa sociedade, de não negociarmos a nossa dignidade, palavra e atitude tão esquecidas ultimamente, principalmente em tempos de eleição. O julgamento da Lava Jato está aí mesmo e já há um movimento para que os principais articuladores desse crime não sejam condenados. Lembremo-nos das palavras do poeta Castro Alves na última estrofe de uma das mais belas de suas poesias, Navio Negreiro, diante do absurdo da escravidão: “Mas é infâmia demais, levantai-vos heróis do Novo Mundo; Andrada arranca esse pendão dos ares, Colombo fecha a porta de teus mares!”




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