Um assunto banal inaugura o Governo Temeroso
- Eduardo Simbalista, DP
- Nov 28, 2016
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Um assunto de terceira pequeneza – o teto com vista para o mar para quem já vive acima do teto – expõe a fragilidade da república, pondo atrás da mesa dois poderes que se julgava estarem trabalhando pela salvação nacional.
Os nervos estão à flor da pele pela falta de apoio popular, pela ameaça da delação de uma centena de políticos, gestada em 9 meses de negociação, e pela dificuldade de serem superados os problemas para os quais as soluções estariam na travessia da ponte para o futuro.
Já não se fala de ponte; já se fala de pinguela. A travessia agora é mais temerária, digamos assim.
Data vênia, o buraco é mais embaixo: uma solução boa para todos – gravada em telefonemas indignos – acaba por não ser boa para ninguém. O tema trivial virou assunto de segurança nacional entre virtuosos conselheiros que deixariam ruborizado Francisco Gomes da Silva, o Chalaça. No tempo do Itamar, corria a anedota do “Itamar e do itapior”. Hoje se sabe, pode piorar.
Anda circulando, trazido pelo diplomata André Heráclio do Rego, o breviário do pernambucano Francisco Heráclio do Rego. Coronel do Limoeiro, de pouca ilustração, nunca sonhou com a Academia.
Alguns provérbios seriam de boa leitura para esses tempos difíceis e expostos em que “se está sofrendo que só pé de cego em caminho novo”.
“Quem muito se abaixa, o rabo se lhe vê”.
“Quem com muitas pedras bole, uma lhe cai à cabeça”.
“O dia do benefício é a véspera da ingratidão”.
“De gaviões não nascem pombos”.
“Político é como feijão nágua: só sobem os podres”.
“Até para ser doido, é preciso ter juízo”.
“Para fechar um convento, basta uma freira ruim”.
“Quem não pode com o pote, não pega na rodilha”.
“Desculpa de vaqueiro ruim é o cavalo não prestar”.
“O pior pecado é o do escândalo”.




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