Navegar é preciso

Onde morais? Onde, Morais?

Uma vírgula pode ter causado todo constrangimento ao homófono, nada menos que o favorito de Temer ao Supremo. Prefiro acreditar na falha de comunicação provocada pela pergunta de chofre, sem uma conveniente pausa, a crer no descabimento revelado por uma indiscrição, talvez maldade de um suplente em eterna espreita.

Apesar de ter acontecido em flagrante fruto de mordomia, o culpado pela difusão do encontro only for men não pode ser o mordomo. Felizmente, tal vazamento não ocorreu no casco da embarcação, desastre que arruinaria reputações e gravatas.

Apelidado de barco do amor, o episódio que envolveu o ministro licenciado da justiça tem tudo para provocar um maremoto em Brasília. Ou um lagomoto, neologismo necessário à compatibilização das coordenadas onde ocorreu o epicentro do fenômeno de despropósito.

Assim como existem as expedições precursoras no âmbito do Palácio do Planalto, quando assessores correm os locais a serem visitados pelo presidente, o périplo de um indicado presidencial ao Supremo deveria contar com tal deferência cautelar. Afinal, ninguém está livre de uma saia justa. Ou, em se tratando de um barco de recreio, de um biquíni apertado.

Chamado a confirmar a denúncia do concorrido encontro lacustre, o senador pepista que é proprietário da lancha de 35 pés meteu os seus dois pelas mãos. Culpou a funcionalidade do flutuante espaço gourmet ancorado. De quebra, acusou o garçom pela insistência em servir champanhe na prévia da sabatina.

Apurou-se que o profissional da bandeja é, na verdade, um taifeiro da reserva, acostumado, portanto, a servir com equilíbrio ao sabor das marés, item que o senador passara ao head hunter .

Depois de se esbaldaram com anedotas sobre a Lava-jato contadas pelo ministro responsável pela PF, passaram aos casos do PCC, a pedido de Petecão.

Antes assim – comentou um senador glutão que não quis se identificar. Se o Perrela fosse o anfitrião da vez, o convescote teria ocorrido em seu helicóptero, com serviço de bordo restrito.